domingo, 5 de julho de 2009

Ainda menina, por volta de meus 3 anos de idade, estudava em uma escolinha materno-infantil na capital da Paraíba, João Pessoa, onde havia a opção de cursar aulas de natação.

Para mim, era tudo novo, apesar de morar em uma capital linda e praiana. Ter contato com uma piscina era a realização de um sonho, algo como a concretização daquilo que eu só conhecia por meio das novelas de TV.

A emoção de comprar meu pequeno maiô preto, decote nadador, era algo inexplicável!

No primeiro dia de aula, toda produzida para a ocasião, fui cedo até a escola, escoltada por minha mãe (que de igual modo, demonstrava certa apreensão, percebendo meu jeito afoito e ansioso), para apanhar o ônibus escolar que nos conduziria até o local das aulinhas de natação. No ônibus estavam outras tantas crianças, empolgadas, saltitantes, eufóricas, esperando o grande momento!

Ao chegar ao local, todos desceram em uma tremenda correria, afim de ver de perto aquele pequeno pedaço de água azul. Aquela maravilha tirou de nós um uníssono: "oooohhhh!", como se fosse um côro ensaiado.

Não via a hora de entrar na linda piscina, e o dia ensolarado ajudava a formar a bela visão.
Sob orientação do professor de natação as crianças começaram e entrar lentamente na piscina.

Só que o meu entusiasmo foi aos poucos deixado de lado, dando lugar à uma ponta de insegurança, pois eu ainda não sabia nadar! Meu Deus, que vergonha de abrir o jogo! Eu não poderia demonstrar minha fraqueza, o medo, afinal, não queria ser chamada de "fracote" pelos colegas.

Deixei que os outros alunos passassem em minha frente, adiando, assim, meu primeiro contato com aquela água.

Foi quando ouvi: "-Johanna, não vai entrar?" , perguntou o professor já percebendo que algo não estava bem. Respondi: "- Estou indo "tio"!- era assim que chamávamos nossos professores na época.

Encarei bem aquela piscina... Fitei nela meus "estrábicos" e castanhos olhos. A minha mente vagueava, imaginava se ela era funda ou rasa, se eu podia me afogar ao entrar, seu eu iria conseguir aprender a nadar um dia... Verdadeiro turbilhão de pensamentos regados a dúvidas.

Precisava vencer o meu inimigo interior. Precisva vencer meus medos. Precisava vencer a mim mesma.

O meu sonho não se interromperia ali. Não!

Olhei para os amiguinhos... Praticamente todos se deliciando com a novidade. E eu ali, paralisada com a situação. Percebi que eu também era capaz e que eu poderia estar "castrando" algo de bom. Faltou-me coragem, mas dela tomei posse e segui em frente com meu objetivo. Mesmo sendo ainda tão criança, vi que minha força interior "gritava".

Vagarosamente, dirigi-me em direção àquela piscina. Aos poucos, fui deixando-me imergir naquela água e achei a sensação bem agradável. Percebi que a piscina era rasa; Vi que eu estava dimensionando aquela incerteza em tamanho maior, só proque era um episódio novo em minha vida.

Logo eu estava ali com as outras crianças, brincando, mergulhando. Em poucas aulas, eu já era praticamente uma "sereia-mirim".

O medo quase me tirou a realização de um sonho.

O desconhecido pode gerar insegurança, mas a coragem faz com que subamos mais alto.

Não adianta fugir do que somos, daquilo que nos causa dor, receio, medo. Podemos sim enfrentar a nós mesmos, desembanhar nossas armas, nos vestir da coragem e libertar nosso "eu", pondo para fora as emoções:

* chorar quando sentir vontade;
* dizer onde dói;
* perdoar e pedir perdão, etc.

Temos que assumir nossas franquezas e buscar alternativas para vencê-las!

Não confundamos a coragem com atos inconsequentes, como pular de um prédio. Coragem não é subir no topo da mais alta montanha.

Até Jesus disse: "-Tende bom ânimo (tende coragem!), eu venci o mundo".

Você sabe a que mundo Jesus referiu-se? Imagino eu que Ele tenha se referido ao nosso "mundo interior", formado por medos, inseguranças, incertezas, tristezas, mágoas. Vencendo-o recebemos como troféu o auto-conhecimento.

Melhor é buscar a coragem para vencer os desafios que a vida nos proporciona, do que ficar de braços cruzados esperando a resolução dos problemas por "osmose".

No mundo não há espaço para covardes. É necessária atitude! Eu tomei a minha, e "venci o mundo" quando ainda a água nem batia em meus artelhos...


by Johanna.

Um comentário:

  1. Joh, teu texto me lembra dos desafios vencidos até agora e dos que nós provavelmente passaremos... mas como você mesma disse, não podemos sofrer por antecipação... beijocas amiga, amei o texto.

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